O Mundo aqui tão perto

imagem que ilustra bem o suor da guerra...

Ontem, fazia eu o meu zapping nos canais da minha box, quando vejo mais uma triste batalha no Médio Oriente, com pedras a voar, pessoas a gritar, bombas de fumo... o normal para quem luta há anos por um território indevidamente ocupado pelo poderio económico e militar israelita. Parei um pouco para ver a desgraça. A história é sempre a mesma, e as imagens que chegam, parecem repetidas da semana passada.

Já estava eu quase quase a mudar de canal quando vejo de repente, uma senhora no meio da batalha, a fugir com dois sacos do Lidl, um em cada mão. Mas o Lidl já chegou aos territórios palestinianos?! Achei estranho, mas por outro lado, é uma cadeia de Hard Discount e se existe um Lidl ali na Falagueira, porque não na Faixa de Gaza? E continuei a ver. E continuei a desconfiar da veracidade das imagens. As pedras que sobrevoavam as pessoas pareciam-me próximas. Já vi aquela pedra em qualquer lado. E parei a imagem, e puxei para trás e voltei a ver. Afirmativo: eram pedras da calçada portuguesa! Chiça, os portugueses desbravaram o Mundo! Os calceteiros até em Jerusalém andaram.

Mas o que realmente me chamou à atenção foram as vestes dos palestinianos. Nenhum deles tinha aquele lenço branco e preto na cabeça ou pescoço... tinham sim, todos eles camisolas com riscas verdes e brancas. Ahhh?! Camisolas do Sporting? No Médio Oriente?! Estava habituado a ver camisolas do Benfica por esse Mundo fora, mas do Sporting? A coisa começou a interessar-me e aumentei o som: “toma lá filho da puta, espanhol dum cabrão”. Épa, não me lixem. Isto não são os árabes! E foi quando me apercebi que estava a assistir ao preâmbulo do jogo Sporting Clube de Portugal vs. Atlético de Madrid. Uma recepção fina, de etiqueta. Só ao alcance de um clube de elite, de tios e tias... que querem apenas defender os azulejos do Arq. Taveira da ameaça espanhola, sei lá, ouça, tá a ver...